sábado, 3 de outubro de 2009

SUS: DOA A QUEM DOER!

SUS: DOA A QUEM DOER!

Foto legal: o SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) é uma das “maiores” con-quistas do povo brasileiro, por trata-se de uma política solidária e includente que, insofismável, é a maior conquista social nos últimos tempos. Sim: no pla-no legal, o SUS é o melhor plano de saúde do mundo. Basta lembrar que papel aceita tudo, até firma reconhecida de Deus.

Muitos, entretanto, propalam suposto desserviço que parte da mídia presta, a apontar “apenas” as mazelas, ao argumento de que nada acrescenta e, pela via contrária, exclusivamente, reforça o preconceito daqueles que “não usam e não aprovam” o sistema. Alegam, ainda, que o grande desafio é continuar a-vançando mesmo com recursos insuficientes e contar com o empenho de todos os trabalhadores e usuários à melhoria do sistema.

Ocorre, porém, que isso é uma piada de sexagésima categoria, daquelas que só se poderiam ouvir em bordéis de quinta. A verdade é que a mídia não presta desserviço, pelo contrário: fornece ampla análise da realidade: o SUS não pos-sui – como um todo – nenhuma virtude além daquela constante no plano legal; nem se pode aduzir que se deva continuar a avançar com parcos recursos pecuniários, materiais e humanos. Aliás, isso só seria possível se houvesse intervenção do DIVINO ESPÍRITO SANTO, único capaz de operar milagres. Avançam – travestidos de cidadãos conscientes e socialmente engajados – quando afirmam, ainda, em devaneios, que se deve, no bojo do SUS, reivindicar saúde de qualidade para todos e não só para os pobres. Esquecem-se esses maus-elementos que rico jamais usará o SUS, até por questões lógicas, não obstante o interesse que possuem em preservar-lhes a vida. Morrer à espera de atendimento médico que não virá e se, por sorte vier será tarde demais ou será de péssima qualidade não faz o menor sentido. Morrer na fila do SUS ou em um de seus guetos não constitui, necessariamente, um sonho de consumo; é cometer suicídio!

Quanto ao fato de os usuários poderem contribuir com a melhora do sistema isso é uma verdade. Bastaria que os histéricos parassem de procurar doenças que não possuem ou de saírem, às turras, toda vez que sentissem qualquer bobagem. E isso para não se falar naqueles que procuram, sem nenhuma ra-zão, os postos e unidades médicas apenas porque se julgam no direito de ir, pois, como costumam mesmo afirmar: “não tenho nem sinto nada, estou indo porque eu pago o INSS mesmo”. Se essa leva incomensurável de péssimos brasileiros se abstivesse de procurar o SUS por vaidade ou futilidade, os que realmente necessitam de atendimento médico teriam melhor qualidade na prestação do serviço público e não arrazoariam suas vidas em infectos corredores e salas de espera, como se tudo ali não passasse de réplica das prisões nazistas ou extensão do necrotério.

Noutra vertente, não esquecida a malversação do dinheiro público e a negli-gente gestão administrativa, o SUS foi um presente aos prefeitos irresponsá-veis e gananciosos Brasil afora. Tornou-se o sistema uma barganha nas mãos dessa gentalha travestida de pessoas sérias que utiliza o sistema como cabide de emprego e FONTE DA ETERNA RIQUEZA, até porque ninguém – absolutamente, ninguém – supervisiona o sistema. Houvesse ínfima visita a qualquer posto de saúde nas periferias e nas cidades interioranas constatar-se-ia que médicos e odontólogos laboram em ambientes insalubres, em total afronta à dignidade humana e em desrespeito aos direitos naturais. Imprescindível, portanto, que haja uma sistemática vigilância do povo e ferrenha supervisão dos órgãos competentes aos serviços de saúde para que a “maior conquista social nos últimos tempos” funcione conforme consta no plano legal. Do jeito que o SUS se encontra, nada funcionará, mantendo a lei onde ela se encontra desde a sua origem: no mundo onírico da utopia.

Noutro norte, a questão do SUS revela-se muito mais ética que técnica ou fi-nanceira. Necessário para isso que os doutores deixem de se acharem e julga-rem-se os únicos no direito de chegar atrasados e os servidores se esquece-rem que não prestam humilhante favor durante o atendimento, mas cumprindo as funções para as quais são assalariados. Enquanto o ordinário for exceção, o SUS continuará a ser uma VERGONHA para este país grande e bobo.

Não posso esquecer-me, porém, daqueles que dizem faltar dinheiro para o SUS. Por quê? Por acaso falta-o no país do minério, do petróleo, do pré-sal, do automóvel, do carnaval, da telenovela do futebol, do boteco e da orgia? Falta dinheiro a maiores enriquecimentos ilícitos? Algum parente não se beneficiou o suficiente para fazer fortuna?

Enquanto formos um contingente de Jecas-Tatus, o SUS continuará a ser de-nominado pelos menos favorecidos e que dele tanto precisam e necessitam de SUSTO.

Isso tudo é lamentável. Uma VERGONHA!