Perguntam-me, sempre, (parece doença) se Capitu traiu Bentinho. Farto desse inquérito mortal, respondo, por derradeiro, certo, porém, de que - mesmo assim - continuarão a torturar-me:
Precisam limpar-se, abstraírem-se: não julgarem Capitu. Se o triângulo amoroso existiu ou não, isto não interessa. Necessária a dúvida, ou haveria traição ao autor. Machado de Assis narra para intrigar; fosse seu desejo de ficcionista, esclareceria a trama ao final; antes, almejara ficássemos a discutir - por longo tempo - sobre um enigma urdido em intriga sem solução. Isso é Machado de Assis! Esse seu divertimento: rir de nós mortais, mesmo quando estivesse morto.
Quanto às provas inúteis dessa ou daquela tese absurda, deixem-nas aos malucos da USP para que embriaguem suas dissertações em abstrato delírio. Prefiro embriagar-me com o conhaque que a lua me oferece: uma experimentação maior. Isso, certamente, é melhor que o absurdo!
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