domingo, 23 de novembro de 2008

União Homoafetiva

Há coisas que vão contra a Natureza, muito mais do que a homossexualidade, e que, no entanto, os humanos podem fazer: matar, traficar, estuprar, abortar, roubar, praticar o genocídio em nome de Deus ou de ideologias políticas e filosóficas, levar a humanidade ao holocausto, conduzir etnias ao genocídio ou provocar uma hecatombe nuclear. Ah! Inclusive alterar, manipular a Natureza; destruí-la!

O casamento homossexual - entretanto - consideram-no anti-natural. Quem o diz: os clerigos católicos, os pastores evangélicos, os militares, os políticos? Há muito que rir, não de comemorar. Não há homossexual que nunca tenha saído com religiosos (os mais fáceis de serem levados à cama, militares ou políticos. Não fosse assim, essas mesmas "autoridades" não freqüentariam, inclusive, ambientes LGBT.

Quando será que essa raça vil a qual denominamos humanidade deixará de ser hipócrita?

Obs.: Quando me refiro ao casamento homoafetivo, não o faço por razões religiosas - mesmo porque isso não interessa a homossexual algum; refiro-me à acepção civil do termo.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Em Defesa do Abordo

Vou ser direto: sou a favor do aborto, sim; desde que haja, também, lei que permita aos filhos exterminarem os pais que não escolheram ou não desejam. Isso, mesmo: todos são iguais perante a lei!

Dom Casmurro - Deixem-me em Paz

Perguntam-me, sempre, (parece doença) se Capitu traiu Bentinho. Farto desse inquérito mortal, respondo, por derradeiro, certo, porém, de que - mesmo assim - continuarão a torturar-me:

Precisam limpar-se, abstraírem-se: não julgarem Capitu. Se o triângulo amoroso existiu ou não, isto não interessa. Necessária a dúvida, ou haveria traição ao autor. Machado de Assis narra para intrigar; fosse seu desejo de ficcionista, esclareceria a trama ao final; antes, almejara ficássemos a discutir - por longo tempo - sobre um enigma urdido em intriga sem solução. Isso é Machado de Assis! Esse seu divertimento: rir de nós mortais, mesmo quando estivesse morto.

Quanto às provas inúteis dessa ou daquela tese absurda, deixem-nas aos malucos da USP para que embriaguem suas dissertações em abstrato delírio. Prefiro embriagar-me com o conhaque que a lua me oferece: uma experimentação maior. Isso, certamente, é melhor que o absurdo!

MINHA ESPÉCIE É RARA

A verdadeira beleza não se encontra na face para onde muitos olham, mas, no coração, onde poucos encontram e vislumbram. Quanto a mim, sou raro, incomparável;
inteligente e bonito!

Sei que, por isso, sou uma espécie rara; mas sei que – exatamente por isso – não sou encontrado em qualquer lugar.

AMAR NÃO É SÓ DIZER: TE AMO!

Cansa ouvir pessoas dizerem que nos ama; mas não demonstram tal sentimento. Muitas delas sequer conhecem a acepção da palavra. Outras tantas acreditam que amar é tão-só a conjunção carnal, o coito ou outras práticas sexuais, porque viciadas em prazer físico, ainda que seja apenas o seu. Entretanto, demonstra-se o amor nas pequenas coisas, por mais ínfimas que sejam; ele se esconde nos gestos singulares do cotidiano e os transforma em momentos únicos e especiais; inusitados! Quando se ama, consegue-se, ainda que em pensamento, sentir o aroma da pessoa como se estivesse ao nosso lado.

Dramas da Liberdade

A teoria sartreana do ser-para-si conduz à teoria da liberdade. O ser-para-si define-se como ação e a primeira condição da ação é a liberdade. O que se encontra na base da existência humana é a livre escolha que cada qual faz de si mesmo e de sua maneira de ser. O em-si, sendo, simplesmente, aquilo que é, não pode ser livre. A liberdade provém do nada que obriga o homem a fazer-se, em lugar de apenas ser. Desse princípio, decorre a doutrina de Sartre, segundo a qual o homem é, inteiramente, responsável por aquilo que é; não há sentido as pessoas atribuirem suas falhas a fatores externos, como a influência de outras. Por outro lado, a autonomia da liberdade, enquanto determinação fundamental e radical do ser-para-si faz da doutrina existencialista filosofia que prescinde, inteiramente, da idéia de Deus. Sartre tira todas as conseqüências desse ateísmo, eliminando qualquer fundamento sobrenatural para os valores: é o homem que os cria. A vida não possui sentido algum antes e independentemente do fato de o homem viver; o valor da vida constitu-se no sentido que um escolhe para si mesmo. Em síntese, o existencialismo sartreano implica radical forma de humanismo, suprimindo a necessidade de Deus e colocando o próprio homem como criador de todos os valores.

ANENCEFALIA

Acaloram-se, no STF, debates pertinentes ao parto antecipado de bebês anencéfalos. Claro que o tema mostra-se, sob qualquer prisma, polêmico. Necessário, entretanto, que autoridades públicas (ao menos para isso elas deveriam servir) confrontem teses defendidas por grupos antagônicos.
A CNBB – vetusta como a criação do Universo – propala tosca crítica à proposta: “Diante da ética que proíbe a eliminação de um ser humano inocente, não se pode aceitar exceções. Os fetos anencéfalos não são descartáveis”. Parece que a Igreja esqueceu-se (ou finge ter esquecido) de seu tenebroso passado em que torturou e eliminou – a bel-prazer – milhões de cidadãos inocentes, saudáveis e produtivos.
Compete às mulheres, porém, o direito de decidir, posto que não haja possibilidade – real – de vida pós-ulterina do anencéfalo, e a continuidade da gravidez pode – inclusive – implicar riscos à gestante.